quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Paradoxos

Definições podem, e são por si mesmo complicadas, elas nos remete a imaginar o mundo de um ângulo todo filosófico, como se fossemos senhores de nosso próprio destino, ou como se fossemos obrigados a termos idéias prontas ou pré selecionadas num arquivinho dentro do nosso cérebro.

Por que será que temos medo de sermos simples, de falarmos que não sabemos, que não entendemos, ou que não estamos prontos a tomarmos determinada atitude?
Por que o NÃO nos é estranho, nos soa como uma ameaça ou como uma afronta digna de recebermos apenas dos inimigos?

Na minha percepção de vida, é neste ponto (no ponto onde nos enganamos, fazendo tudo o que nos é preescrito sem escolhas proprias, mais prefabricadas pela conduta moral) que criamos uma ilusão a toda nossa vivencia, e acabamos que invariavelmente afetando na vida dos outros (como queria Sartre na sua teoria da Responsabilidade, o que não estava de todo errado). Neste ponto exato que vivenciamos nossas mentiras, que acreditamos viver, quando apenas estamos seguindo um curso, como uma tsunami que nos arrasta sem recuo, onde não queremos chegar, mais já que não há outra maneira!

Sigo (ou pelo menos tento seguir) os preceitos de Spinoza que dizia "Prefiro uma triste verdade a uma falsa alegria". È quando paramos de criar novas ilusões que agradem outrem e passamos a seguir a vivência que nos leva a um caminho de autodescoberta.
Esta triste verdade é paradoxa, por que como uma sociedade que eleva (ou pelo menos tenta sublimar) as virtudes como Honestidade e Simplicidade, podem se assustar com quem age exatamente desta forma. Elas apenas descobrem que o que parecia real, era uma simples receita que todo mundo sabia decor.

Viver sobre a sombra desta triste verdade, é que pode (ao meu ver) nos levar a viver o que queremos, a agir com boa fé aos amigos, e as pessoas que amamos. Agir com verdade. A mentira é uma faca de dois gumes, o que mais paradoxo do que tentar ser feliz sendo infeliz?
A simplicidade é o que nos ajuda a ser menos senhores da razão, o que nos leva ao patamar da "nenhuma importância", que é onde deveríamos nos sentir, ao falar de assuntos que não entendemos, ao falar de sentimentos que não sentimos. Uma rosa deixará de ser, apenas por que se acredita que ela é um cravo, o que mudará na realidade da mesma? Não é sempre dupla toda consciência que só é consciência de alguma coisa?

Vamos deixar os tratados para que filósofos e cientistas se ocupem, vamos nos levar pela simplicidade, pela relação que esboçamos com quem nos é caro, pelo sentimento do amor incutido neste relacionamento. Sejamos honestos com quem amamos, e vivamos conforme nossas leis, estas que nos torna honestos, simples e menos pesados aos ombros dos queridos amigos.


Beijos carinhosos a todos