quarta-feira, 20 de junho de 2012

Incondicional verdade!

Verdade é um conceito estranho mesmo né! Os filósofos - cada um dentro do seu aspecto semântico - tenta desvendar o que seja verdadeiro, e a verdade de cada um. E eis que encontram-se numa roda viva sem volta - justamente a verdade de cada um.
Estes dias tenho notado que as pessoas tem usado as redes sociais para extravasar sentimentos antes retidos em duras celas mentais, utilizam de um meio social mais amplo para divulgarem emoções dantes esquecidas ou simplesmente sofridas no cálido refúgio interno. No entanto quando os sentimentos e emoções começam a tomar forma de letras e palavras, agora liberta das navalhas psicossociais, essas "verdades" proliferadas aos quatro ventos podem se contradizerem e tornarem-se simples tramas embaraçosas tanto para quem as escreve, quanto para quem as leem.

Não falo que exista verdades incontestáveis e nem gostaria de discuti-las aqui por que isso é tão sagrado como religião, futebol e sexo. Mas falo que pode-se perder o fio do que nos é verdadeiro - a cada um de nós - só para procurarmos nos "parecer" mais com a realidade, e comumente falando, com a onda do momento.
Somos - nós, os seres humanos - animais completamente adaptáveis. O camaleão tem muito a aprender conosco, ele é uma figura medíocre perto de nós, seres tão mutáveis. Uma "nova onda" surge e nós logo nos apropriamos dela como que angustiados com a ideia de ficarmos para trás na marcha do saber imediato. E o fazemos de certa maneira tão bruscamente que nos esquecemos de pesá-las na balança da racionalidade e acabamos nos perdendo em falácia a toa.

Tornou-se comum nas redes sociais postar coisas do gênero sentimental como: "Jamais te esquecerei enquanto viver", "minha vida é você", "sofro mais não viverei sem teu sorriso" e alguns outros lugares-comuns; em contrapartida você nota em postagem logo sequenciais coisas do gênero: "eu me afastarei de você", "te amei por que fui um tolo", não deixarei meu coração se enganar", "sei que doerá, mas uma vida sem você é pior", e por ai vai. O que sugere que ou a pessoa está incerta da sua verdade - sua verdade no amor, nesse caso - ou tem tanta insegurança em ser deixado para trás que não mais se torna senhor de suas palavras/emoções e acaba por se tornar mais um falastrão nas redes sociais. 
Contraditórios acabamos por nos tornar todos. Buscando crer no melhor pra nós acabamos por seguir receitas que não dão conta do que verdadeiramente somos. Acreditamos ter as rédeas da nossa existência bem presa em nossas mãos, mas nos viciamos em "blá, blá, blá".

Não seria - e isso é lógico - comum nos apropriarmos da nossa verdade e dai em diante não errarmos mais. É humano estarmos nessa roda viva inconstante. O que não poderíamos permitir é despejarmos isso sem ter o porque, simplesmente para nos tornarmos mais comuns do que certamente desejávamos. "As palavras são a fonte de mal entendidos" e devíamos levar isso ao pé-da-letra quando procuramos nos afirmar no meio social. Verdade sua, e tão somente sua, sem meandros ou justificações; sem rodeios e alegorias. Sua verdade, aquilo que te torna o que verdadeiramente és - e a serviço do que verdadeiramente deseja ser.
Não se rotule e crie com isso um avatar do logro para os muitos viciosos - e viciantes - das redes sociais. "Torna-te aquilo que és", mesmo que para isso tenha que calar muitas vezes o seu coração. Só dai então, finalmente, o silencio falará toda a verdade em você.

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