sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Crítica, muito prazer


Estes dias abrindo um jornal muito popular na seção de música, lá havia um anuncio de  um lançamento do cd de um cantor americano muito famoso. Descrevia o que o cd trazia de bom, as participações especiais e logo abaixo uma crítica ao novo gênero que este artista parece buscar (nas palavras do crítico) atualmente; oferecendo ao leitor uma velada opressão ao que ele chamava de uma derrocada do que poderia ser antes algo próspero.

Eu que até então sempre curti bastante as músicas daquele cantor (muitas vezes nem entendendo o que ele passava ou pretendia em suas canções) fiquei em choque. O choque era tamanho que me fez ficar ali plantado com o jornal no meu rosto por tempos. Ficava imaginando o que seria de tão chocante na mudança do cantor. Será que de hip hop (este é o gênero que ele ficou conhecido) ele passaria a optar pelo pop, ou rock?!

Com o coração aos pulos fui em busca de ajuda, e apelei para a maravilha da internet (que está sempre a frente em tudo) buscando as canções lançadas pelo artista no novo cd. Meu alívio foi algo que parecido a um encontro com o vaso após segurar a angústia por 1 hora. Lá estava o cantor do mesmo jeito a que eu sempre me recordava e lá estavam suas novas canções da mesma maneira de sempre, e me arrebatando do mesmo jeito singular. Isso me fez odiar o colunista por um tempo demasiado.
Para pessoas comuns como eu, que veem a música (e ouvem-na) como uma beleza simples e confortadora, essas diretrizes criticas pouco importam. O que o determinado cantor fazia que deixou de fazer, ou o que determinado pintor pintava, e hoje já não o pinta mais....parece ladainha para quem vê a arte com os olhos límpidos.

O cotidiano nos trouxe termos infinitos para toda ação da vida. Há mil codinomes para definir o que é rock e há outros milhões de termos que entoam a tendência emo core , e para aqueles que a veem parece apenas um. Busca-se confundir ,o que para pessoas comuns está mais claro que o amanhecer.

Tendências, novas bases de ações, nomes americanos para diferenciar grupos hardcore e seus afins, novas diretrizes da arte...do que servem a aqueles que apenas querem apreciar, regojizar-se com o belo, fartar-se com a alegria de querer, fazer e ouvir o que lhe trás este extase? 

Para as pessoas que gostam das músicas da Rihanna, pouco importará se seu cabelo ou suas vestes estão fora dos padrões; para os que se extasiam com o futebol do Neymar, pouco caberá seu estrelismo (será até outrora bem vindo); para os que gostam do Restart, de pouco valerá as críticas aos seus trejeitos e suas roupas ofuscantes.

O que a arte (qualquer arte) trás as pessoas comuns como eu  (e como você) é o prazer de aprecia-las, é o triunfo de te-las a mão para poder vive-las a qualquer momento. 

E me parece que esta regra está além do mundo célebre da arte. Naquela vida simples que eu e você levamos, também está explicita o legado da crítica. Faça, seja, aconteça, oculte, venere, absorva, contrate, arranje, compre, seja, seja e seja.

A sempre algo a que buscar, algo a percorrer, algo para se alcançar, e para os críticos da vida real, isto nunca é o bastante. A sempre o possível que pode ser alcançado transpondo o impossível. Suas ações nada são que não uma luta desenfreada para ser aquilo que você não deseja ser. E ao final sempe haverá o "tsc tsc" e o dar de ombros; como quem diz "bem feito! quem manda tentar ser aquilo que não o é?"

Mas o que ser, se não o tentar ser para que você seja aquilo que também não pretendia ser; e todos nós sermos aquilo que sempre fomos, mas que no fundo nunca desejamos?

E a vida é este não entender mesmo...estou aqui pra sua apreciação, se o quiser?....muito prazer.

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